O mundo das finanças vai muito além da matemática pura: em busca de sucesso nos investimentos e na segurança do bolso, também é preciso recorrer à psicologia. Segundo a economista Adriana Rodopoulos, que também é especialista em Psicologia Econômica, para ter uma vida financeira tranquila e sustentável, é preciso ter condições de conhecer e controlar as próprias emoções.
“Dinheiro para a espécie humana é algo muito novo, se levarmos em conta o tempo da humanidade na face da terra. Por isso mesmo, muitas vezes ainda agimos de forma irracional em relação a ele” diz. Adriana explica que muitos gastos ocorrem simplesmente porque a pessoa não consegue lidar com os próprios desejos, obrigando-se a satisfazê-los imediatamente.
O autoconhecimento é, portanto, essencial para aprender a lidar com dinheiro de forma mais segura, tranquila e vantajosa. E é por isso que muitos bancos oferecem a seus clientes, na hora da escolha de um investimento, uma API: Análise de Perfil do Investidor. É um questionário que busca avaliar como o cliente lida com o risco da perda. Com base nas respostas, o investidor é classificado como conservador, moderado ou agressivo, e o banco sugere tipos de investimentos que mais combinam com o perfil do cliente.
Investidores conservadores, em geral, preferem fazer o dinheiro render em aplicações mais seguras, como a renda fixa; os agressivos (ou ousados) buscam maior rentabilidade e não se preocupam tanto com riscos, podendo optar por ações, enquanto os moderados buscam um equilíbrio entre rentabilidade e segurança.
Mas essa classificação pode ser ainda mais complexa. A Myers & Briggs Foundation, organização norte-americana especializada no estudo e elaboração de perfis psicológicos, fez uma lista com oito diferentes personalidades financeiras, conforme a tendência que se tem em poupar, gastar e doar ou, ainda, em planejar a vida financeira ou agir por impulso.
Para o administrador de empresas Fábio Gallo, avaliações desse tipo podem ser úteis na hora de escolher investimentos, desde que sejam levadas em consideração, também, as expectativas em diferentes fases e situações da vida. Assim, por exemplo, um jovem de 18 anos pode ter menos receio de arriscar do que alguém que esteja próximo da aposentadoria. E duas pessoas na mesma faixa etária podem ter expectativas completamente diferentes em relação aos investimentos, caso uma delas esteja de casamento marcado, explica o professor. “Em geral, quanto menor o prazo que se tem para aplicar o dinheiro e quanto mais importante for essa aplicação para a pessoa, menor risco ela desejará correr”, diz o professor.
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