Com o anúncio da reforma da Previdência, essa brincadeira ganhou tons dramáticos. Grande parte dos brasileiros já parou para fazer as contas, ver por quantos anos ainda terá de trabalhar e quanto irá receber quando conseguir se aposentar.
Tendo em vista as mudanças do sistema, a BBC Brasil reuniu algumas dicas para você organizar suas finanças e começar a pensar na própria aposentadoria agora mesmo.
1.Comece a guardar dinheiro
Não tem segredo: você precisa poupar. Quanto mais cedo começar, maior será sua reserva aos 65 anos, por exemplo. O consultor e economista Fábio Fusco ensina uma espécie de número mágico: 10% do salário para quem tem entre 20 e 30 anos, 15% para a faixa etária de 30 a 40 anos e 20% para quem tem 40 anos ou mais. Assim, é possível complementar a aposentadoria e manter um padrão de vida confortável.
Para os jovens que moram com os pais e não têm filhos, a professora Myrian Lund, da FGV, aconselha um percentual maior: 30%. São 10% para as emergências, 10% para a previdência, 10% para os sonhos (viagens, cursos no exterior).
Se poupar de 10% a 20% do seu salário parece muito, é hora de rever suas despesas. Não é recomendável elevar seus gastos no mesmo ritmo em que a renda aumenta, tenha uma folga sempre.
2.Invista seu dinheiro (e não estamos falando de poupança, tá?)
Você equilibrou suas finanças e conseguiu formar uma reserva financeira? Muito bem, agora vamos para a próxima etapa: nada de deixar o dinheiro parado na sua conta. Os consultores financeiros aconselham a formação de uma carteira de investimentos. O nome assusta, mas o conceito é bem simples. A ideia é colocar seu dinheiro em vários lugares, como nos títulos do Tesouro Direto ou em fundos de investimento.
Famosa entre os brasileiros, a poupança tem o rendimento muito próximo da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Na prática, a aplicação mal recupera a desvalorização do dinheiro.
A compra de imóveis para alugar só é uma boa opção se você for do ramo. Lembre-se dos custos fixos: IPTU, condomínio, etc. Isso sem contar que o imóvel pode desvalorizar. Já a Bolsa de Valores é recomendada para os mais jovens, que podem correr o risco de perder dinheiro na queda de ações.
3. Nada de abandonar a Previdência Social
A maioria dos consultores é categórica: nada de abandonar as contribuições para a Previdência Social. Além da aposentadoria normal, ela funciona com um seguro em caso de morte ou invalidez. Se vocêestá trabalhando como freelancer, por exemplo, é possível tornar-se um contribuinte facultativo e escolher entre dois tipos de plano: o normal e o simplificado. O primeiro conta como tempo de contribuição e exige um mínimo mensal. O segundo tem um valor menor, mas não conta no tempo de contribuição. Por outro lado, garante benefícios como pensão por morte e aposentadoria por invalidez. Em qualquer uma das opções, planeje-se para fazer um aumento de contribuição com o passar dos anos.
Com informações da BBC Brasil